As florestas plantadas fornecem inúmeros produtos além da madeira. A partir das folhas de eucalipto é possível obter óleos essenciais e corantes naturais; a partir da flor obtém-se mel; e seus galhos e casca são biomassa para geração de energia. Já as florestas de pinus, especialmente da espécie elliotti e os tropicais, fornecem resina, que é usada nas indústrias química e alimentícia na fabricação de desinfetantes, detergentes, tintas, adesivos, aromatizantes e flavorizantes.
De acordo com dados da Associação dos Resinadores do Brasil (ARESB), a produção brasileira de resina na safra de 2017/2018 foi de 185,7 mil toneladas. O estado de São Paulo ocupa o primeiro lugar no ranking dos principais estados produtores de resina, com 110 mil toneladas, seguido pelo Rio Grande do Sul e Paraná (Figura 1).
Figura 1. Principais estados produtores de resina (safra 2017/2018)
Fonte: ARESB
Evolução histórica da produção
A produção de resina no Brasil, assim como diversos outros segmentos da economia, foi impactada pela crise internacional de 2009 (Figura 2). Após esse período, esse segmento vem apresentando uma tendência crescente, principalmente nas duas últimas safras. A partir de 2011, o crescimento da produção foi de 103% (12,6% a.a.).
Figura 2. Evolução da produção de resina no Brasil
Fonte: ARESB
Os preços também acompanham esse ritmo crescente. Em dezembro de 2018, o preço médio por tonelada ficou em R$ 3.425,00 (Figura 3).
Figura 3. Tendência nos preços da resina (elliotti) no Brasil
Fonte: ARESB
As árvores podem produzir resina por 15 anos e cada árvore produz cerca de 3 kg de resina ao ano ou mais, dependendo da qualidade da muda, da idade, método de resinagem utilizado e do manejo da floresta. Se o produtor possui um plantio com um espaçamento de 3 m x 3 m (1.111 árvores por hectare), por exemplo, sua floresta pode render 2.778 kg de resina por hectare ao ano, ou seja, o faturamento bruto anual pode ser de aproximadamente R$ 10 mil por hectare.
Impactos da resinagem na produção de madeira
Muito se discute a respeito do impacto da resinagem na produção de madeira de uma floresta. Alguns especialistas apontam que a resinagem pode afetar o desenvolvimento das árvores em termos diamétricos, mas que a altura não é significativamente afetada. A qualidade da madeira também não sofre danos com a resinagem, entretanto, novas tecnologias vêm sendo adotadas para garantir uma resina de maior qualidade e com menor impacto ao desenvolvimento da floresta.
Exportação brasileira de resina e perspectivas para o mercado
A China é o principal produtor de resina no mundo, seguida pelo Brasil e a Indonésia. Juntos, esses países representam mais de 90% da produção mundial de resina.
As exportações brasileiras de resina vêm apresentando um ritmo crescente desde 2013 (Figura 4) e espera-se que essa tendência continue nos próximos anos.
Figura 4. Evolução das exportações de resina do Brasil
Fonte: COMEX
Do volume total exportado em 2018 (aproximadamente 27 mil toneladas), mais da metade do foi exportada para Portugal, seguido pelo Vietnã, China e Espanha (Figura 5). Espera-se que nos próximos anos a China aumente sua parcela de importação de resina do Brasil em função da queda de sua produção interna.
Figura 5. Principais destino da resina brasileira em 2018
Fonte: COMEX
A partir dos dados históricos observados, vemos que o mercado de resina de pinus vem se aquecendo e essa atividade pode ser uma alternativa interessante para o produtor de pinus resinífero gerar renda extra no médio prazo até que a floresta atinja o ponto de corte para obtenção de madeira.
A Forest2Market do Brasil tem auxiliado clientes a identificar e localiza geograficamente plantios de pinus no Brasil pelo uso de sua mais nova ferramenta de detecção de florestas plantadas, a Timber Supply Analysis 360 (TSA360), a qual permite que os clientes identifiquem a área disponível de plantio por classe de idade em uma região especifica, podendo assim identificar aqueles talhões que eventualmente possam servir à produção de resina.