O mês de junho começou com a aprovação do Plano Nacional de Florestas Plantadas (PNDF) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Concretização do reconhecimento da importância do setor florestal no Brasil, o PNDF tem como meta ampliar a área ocupada com florestas plantadas, adicionando dois milhões de hectares até 2030, e trazer segurança jurídica para investimentos no setor.
De acordo com a publicação do Ministério, o setor de florestas plantadas destaca-se por ser uma atividade agrícola que protege os recursos naturais. Realmente, de acordo com a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), o setor conserva 5,6 milhões de hectares de floresta nativa em forma de Reserva Legal, Área de Preservação Permanente e Reserva Particular do Patrimônio Natural. A cada um hectare plantado, 0,7 hectare é conservado.
Status do setor florestal no Brasil
De acordo com dados da IBÁ, o país possui 7,84 milhões de hectares com florestas plantadas, distribuídos principalmente entre dois gêneros: pinus e eucalipto. Essa área ocupa menos de 1% do território brasileiro e representa mais de 90% de toda a madeira para fins industriais e 6,1% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do país. De acordo com a ferramenta Timber Supply Analysis 360, desenvolvida pela Forest2Market do Brasil, a área de florestas plantadas no Brasil é significativamente maior que o número oficial divulgado.
O segmento de celulose e papel lidera o ranking dos principais detentores de florestas do país, com 35% da área total, seguido pelos produtores independentes e do segmento de siderurgia a carvão vegetal (Figura 1).
Figura 1. Área plantada por segmento industrial (2018)
Fonte: IBÁ
Perspectivas
O que se espera com a execução do PNDF?
- Uso da biomassa florestal como fonte de produção de energia: Entre os objetivos do PNDF está o aumento da participação do setor florestal na produção de energia. A inclusão do setor florestal no plano de expansão da matriz energética do país representa um grande passo para o setor florestal. Os leilões de energia do Ministério de Minas e Energia permitem contratos de longo prazo, entre 20 e 25 anos, o que acarretará aumento na demanda por matéria-prima florestal.
- Avanço das novas fronteiras: Espera-se que as novas fronteiras florestais, como o MATOPIBA se desenvolvam a partir da expansão da área plantada prevista no PNDF, em função das limitações de aumento da área plantada em estados onde o setor florestal é tradicional (Paraná e Santa Catarina), por conta da concorrência com outros usos do solo (agricultura, áreas urbanas, etc.).
- Instalação de novas indústrias: Algumas empresas já anunciaram expansões de suas fábricas neste primeiro semestre, e com o otimismo do setor e maior oferta de matéria-prima, espera-se que novas indústrias se instalem no país.
- Preço: em sendo as demais etapas do plano bem sucedido, no longo prazo o maior equilíbrio entre oferta e demanda pode acarretar na queda do preço da matéria-prima em algumas regiões.