A recente mudança de governo trouxe uma série de perspectivas esperançosas à política do país, levando muitos brasileiros a acreditarem em um futuro de rápido desenvolvimento econômico.
O ano de 2019 chegou, porém, apresentando números decrescentes. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a confiança do consumidor caiu 1,5 ponto em abril, resultado da decepção com a lenta recuperação econômica e a manutenção de níveis elevados de incerteza.
Indicadores macroeconômicos também apontam esse movimento decrescente na economia. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou uma recuperação entre 2016-2017, período em que o país saía de uma recessão econômica, porém esse indicador caiu novamente no último ano, conforme indica a figura 1.
Figura 1. Evolução do PIB Brasileir
Fonte: IBGE
Um dos indicadores da inflação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indica o poder de compra do consumidor brasileiro. Quando a inflação está alta (acima de 6%), o Banco Central (BC) tende a aumentar as taxas de juros, uma vez que, com taxas mais altas, os consumidores têm menos estímulos para gastar, diminuindo a demanda, que por sua vez acarreta na redução dos preços. Por outro lado, quando a inflação está baixa demais, o BC pode fazer o contrário. Reduzindo os juros, as famílias tendem a consumir mais, aquecendo a demanda e puxando os preços para cima.
Com inflação e juros mais altos, a economia do país é prejudicada pois menos investimentos ocorrem nesta fase, aumentando o nível de desemprego do país. A figura 2 mostra que durante a crise político-econômica em 2015 e 2016 o IPCA atingiu patamares bastante elevados e, após esse período, o IPCA apresentou decréscimo contínuo até atingir o mínimo de 2,46% no final de 2017, abaixo dos 4% previstos para o ano. Recentemente esse índice passou a subir novamente, atingindo 4,58% no mês passado (março/2019).
Figura 2. Evolução da inflação no Brasil
Fonte: IBGE
A mesma tendência é observada no saldo de empregos do país. A figura abaixo indica a evolução mensal do saldo de empregos no Brasil, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Entre fevereiro e março houve uma tendência decrescente no saldo de empregos, consequência direta do esfriamento da recuperação econômica.
Figura 3. Saldo de empregos do setor florestal
Fonte: MTE
Plano de expansão para o setor de base florestal apontam visão otimista
Apesar da tendência negativa na economia observada no primeiro trimestre de 2019, o setor florestal mantém seu otimismo. Nesse clima, mais de 200 pessoas lotaram a plateia do evento HDom Summit – Encontro de Líderes e Investidores Florestais, realizado em São Paulo em maio. Durante o evento, cuja organização técnica do primeiro dia foi realizado pela Forest2Market do Brasil, diversas empresas reafirmaram seu interesse em investir em terras florestais no Brasil em 2019.
Além de investidores institucionais e instituições financeiras, diversas empresas de base florestal também reafirmaram seus planos de expansão e investimento no Brasil:
Klabin
A empresa de celulose e papel anunciou recentemente a expansão de sua unidade localizada no município de Ortigueira – Paraná.
O projeto Puma II terá um investimento de 8,1 bilhões de reais, com início das operações agendado para 2021, quando a 1ª máquina de kraftliner será ligada, com uma capacidade de produção de 450 mil toneladas ao ano. A segunda máquina entrará em operação em 2023, com uma capacidade de produção de 470 mil toneladas ao ano. A empresa tem se articulado junto a investidores e financiadores para garantir as expansões.
Bracell
A Bahia Specialty Cellulose (BSC) em Camaçari (BA) e a Lawarcel Celulose em Lençóis Paulista (SP) passarão a operar sob a marca Bracell. Essa mudança foi anunciada em conjunto com o plano de expansão nomeado “Projeto Star”. Essa expansão aumentará a capacidade produtiva da fábrica de celulose no estado de São Paulo de 250 mil toneladas/ano para 1,25 milhão de toneladas/ano, com conclusão prevista para 2021.
Suzano
O ano começou com a concretização da fusão entre Suzano Papel e Celulose e Fibria Celulose, tornando-se uma nova marca, a Suzano, que virou líder global na produção de eucalipto, com capacidade de produção de 11 milhões de toneladas de celulose e 1,4 milhão de toneladas de papel ao ano. A empresas continua monitorando oportunidade de expansão nos estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo.
WestRock
A empresa de papel localizada em Três Barras – Santa Catarina anunciou no final do ano passado um investimento de US$ 345 milhões para ampliação de sua fábrica, com conclusão prevista para 2021.
A partir dessa expansão, a WestRock passará a produzir diariamente duas mil toneladas de papel, o que absorverá cerca de oito mil toneladas de madeira. Segundo diretores da empresa, a expansão não deverá para por aí, pois a WestRock deseja ampliar sua atuação no Brasil.