Nos últimos 12 meses a Forest2Market do Brasil tem dado destaque a um momento positivo da economia florestal brasileira, seja pela recuperação da economia interna ou pelo aquecimento da demanda externa, que tem impulsionado a exportação de diferentes produtos.
Esse momento pode ser claramente percebido na análise o desempenho das exportações de dois dos principais produtos de madeira de pinus, compensado e madeira serrada, nos últimos 24 meses, conforme apresenta a Figura 01.
Figura 1. Evolução das exportações brasileiras de compensado e madeira serrada de pinus (m3)Fonte: Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) e Banco Central do Brasil adaptado por Forest2Market do Brasil
Percebe-se que no início de 2016 o volume de exportações começou a aumentar de forma gradativa, motivado pelo aumento da demanda dos países consumidores e, a partir de 2017, com a crescente taxa de câmbio, favorável às exportações, o volume aumentou ainda mais.
Em 2018, após um início de ano tímido (típico do período pré-carnaval), as exportações voltaram a um ritmo acelerado, sendo que em Abril foi registrado o recorde histórico na exportação de ambos os produtos: 214 mil metros cúbicos exportados de compensado de pinus e 233 mil metros cúbicos de madeira serrada de pinus.
Sabe-se que o desempenho da economia pode, normalmente, ser representado e prognosticado por modelos econométricos, porém existem determinados fatos que não podem ser previstos nem nos mais complexos modelos. Em maio deste ano o Brasil assistiu estarrecido e impotente à greve dos caminhoneiros, um setor da economia que se mostrou muito mais importante do que imaginava toda a sociedade brasileira. Embora a greve tenha tido apoio majoritário da população, genuinamente preocupada com o crescente aumento no preço dos combustíveis, os 10 dias em que nenhuma carga se movimentou no país foram um golpe duríssimo em uma economia que ainda tentava se reerguer da lona.
No setor florestal não foi diferente. Ao contrário do que poderiam prever os economistas, o volume exportado de compensado de pinus em maio foi 34% menor que abril enquanto que o volume exportado de madeira serrada de pinus sofreu redução de 22% no mês, contrariando a contínua alta do dólar. Isso é apenas uma pequena amostra de quão prejudicial foi a greve para o setor.
Mais que nunca, o grande problema infra estrutural brasileiro veio à tona no Brasil neste mês. Espera-se que o crescimento econômico seja retomado após esse episódio pontual, mas a economia brasileira só crescerá de forma sustentável e o país só terá condições de despontar como potência econômica global quando desenvolvermos uma estrutura logística que nos permita deixa de ser reféns das estradas.